"Eu aprendi que a alegria
de quem está apaixonado
é como a falsa euforia
de um gol anulado."
Acho que tô vivendo o clima da despaixão. Achei meio insano tal idéia vir na minha cabeça em uma interessante aula de matemática em pleno sábado à tarde, mas resolvi pesquisar a fim de saber se a palavra existia mesmo. E não é que existia? "Despaixão ou desapaixonamento é a libertação das paixões, dos desejos e ambições que obscurecem e modificam a mente do ser humano." Simples e nada do que eu não já imaginasse que fosse. Confirmei minha tese e resolvi pôr no papel pra organizar os fatos. A despaixão pra mim é um conceito totalmente fácil de compreender e basta saber o que significa seu antônimo.
Paixão.
Sentimento de euforia no princípio de um relacionamento. Geralmente amoroso, mas também é possível se apaixonar por um amigo, uma música, um filme e etc. Se não for muita ousadia minha, talvez a paixão seja a Belle Époque do coração. Tomemos como exemplo um relacionamento amoroso. Tudo é muito bonito na pessoa alheia. Seus olhos, o sorriso, o jeito de andar, uma atitude nobre e até mesmo aquele defeito que também é bonito escondido no meio de tantas características nobres. Ao escutar uma música ou lembrar de uma situação na companhia da pessoa, é inevitável não se pegar sorrindo à toa. É fato, o novo sempre será surpreendentemente incrível.
Depois de entender a paixão, a despaixão fica estupidamente compreensível. No entanto, enfrentá-la carece de muita habilidade. Despaixão é o momento em que você já viu tudo ou quase tudo de alguém, que com qualidades ele tem ótimos defeitos. O jeito de andar torna-se estranho, a risada não é mais a mesma e as brincadeirinhas estão cansando. O privilégio que era encontrá-lo no fim da tarde acaba tornando-se parte da rotina e os outros não mais se surpreendem de vê-los juntos. Em suma, um relacionamento clímax perde toda a graça, a novidade, a paixão do princípio.
Mas é aí que muitos se enganam. É aí que todo mundo tropeça e não levanta, é aí que se larga a mão do outro e não se retorna. A despaixão é uma prova, um teste. Um filtro que seleciona quem é capaz de manter o sentimento depois de observar microscopicamente cada defeito do outro, a dor alheia, as falhas e os tropeços. E isso sempre elimina mais de 50% dos apaixonados de antes, porque se apaixonar é muito fácil. É como uma névoa temporária que encobre o grotesco e nos permite o encantamento. Mas aí vai uma dica: superar a despaixão é um passo para alcançar o amor.
Tempos atrás passei rápido na sala e vi a cena de um filme da qual nunca mais esqueci. "A gente se apaixona pela pessoa por suas qualidades e começa a amá-la por seus defeitos." Essa é uma das maiores verdades que existem. Amar tolera erros incessantes, falhas, decepções constantes. Porque amor nunca foi sinônimo de paixão, quem sabe seja um hiperônimo dela. Mas o que fazer para conseguir superar esse período de transe? Só há uma única saída: esperar. Paciência é tudo. Paciência com tudo o que vier nesse momento e não parecer tão agradável aos teus olhos. Quer uma ajuda? Pense que você também possui defeitos e a superação deles pelos outros também é uma grande dificuldade. Respeito mútuo sempre foi o mínimo a se ter por alguém. Despaixão tem dois caminhos, largá-la ou continuar. Desistir é partir pro respeito, continuar é dizer sim ao amor. Ah, o amor. As linhas imperfeitas do rosto e o defeito mais cruel serão embaçados por uma névoa permanente. Uma velha paixão como um amor novinho em folha é bom aproveitar. Porque nunca ouvi também falar na palavra desamor, mas também nem quis pesquisar pra saber se existia.
De alguém desapaixonado(a) esperando ser surpreendido(a),
Anônimo
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