A vida não tá fácil, guri. Feito cadeia, as coisas vão se desmoronando em sequência, como tivessem sido ensaiadas para machucar. Parece mais um teste de resistência, tentativas, uma atrás da outra, de encontrar a viga que pode pôr todo o edifício ao chão, tudo o que se construiu há anos em destroços. Tá difícil, pequeno menino, precisar ter uma rigidez aparente quando tudo anda por um fio, todas as verdades sensíveis, os clichês tão defendidos sendo desmitificados. É complicado procurar o que antes era seguro se amparar e vê-lo interditado. E procurar outros suportes temporários, algumas distrações e sim, encontrar, perceber que é possível viver sozinho, mas não é tão agradável.
Não gosto onde estou. Mas é preciso relutar. Quando o ego se fere demais, ir à luta não é uma boa idéia. Quando se está cansado demais, onde encontrar forças? É triste ver tudo o que se acredita se perdendo a sua frente. Mas não é covardia não fazer nada. Decepção te deixa sem ter o que fazer, põe em dúvida se vale a pena ir atrás. Mas de novo? Mais uma vez tentar mostrar que desse jeito rude, meio rústico de tentar dar amor, é a única e verdadeira forma que nasci sabendo fazer tal.
A mulher que mora na frente do hospital sabe dar amor dando dinheiro à filha. O pai da moça de olhos bonitos mas opacos mostra-se preocupado apenas brigando com ela. O cachorro da mesma moça pede carinho roçando-se nela. Eu dou chutes. Piso, xingo, grito sem paciência. Mas aqui dentro, como qualquer corpo existem sentimentos. Nunca faltei com minha fidelidade apesar de todas essas farpas. Farpas que talvez machuquem, mas sempre dão apoio na necessidade. Quem convive deveria saber. E por quê não sabe?
Daqui se pede carinho, demonstrações de afeto. De cá pra lá só se requer compreensão e respeito. É pedir muito? Eu pensei que quando a gente amasse do jeito que a gente diz que ama alguém, esse alguém fosse aceitado por completo, com suas falhas e manias. Mas talvez apontar o dedo com o erro do outro na cara seja mais divertido. Mesmo ouvindo tanto, conhecendo tanto... Talvez tenha me enganado muito quando achei que falava as coisas e as pessoas realmente ouviam. E como um livro julgado pela capa, como nunca tivesse sido aberto, fica a impressão de não ter ninguém que te entenda, que te diga que conhece seus defeitos mas te compreende. Afinal, os que antes aparentavam fazer isso, hoje te viram as costas.
Dá vontade de gritar e expelir toda essa fúria, essa tristeza, esse desespero ou qualquer que seja o nome dessa coisa sem nome. Mas tenho medo de ouvir apenas o eco de minhas palavras. Então calo.
Engole o choro mocinha, que lágrima nunca limpa a sujeira da vida. Só enfeia tudo criando lama.
2 Rubrica: psicopatologia. compulsão para falar, loquacidade exagerada que se nota em determinados casos de neurose e psicose, como se o paciente, assim, quisesse dar vazão ao grande número de idéias que passam por sua cabeça; logomania.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
De tanto que eu sempre posso dizer
"Tua voz me irrita."
O que eu poderia ter dito:"Sente-se aqui, mocinho. Não, não precisa ser tão perto, que eu sei que você não é desses. Apenas sente, e escute. Eu também me irrito com alguma coisas.
Eu me irrito com o fato de você falar tanta coisa da boca pra fora e depois ainda se arrepender. Odeio o fato de você não se arrepender de nenhuma das coisas que faz, por mais erradas que elas sejam. Odeio o fato de você sempre ter uma desculpa pra tudo o que faz de errado, porque odeio essa gente que não assume que errou por errar e que acaba sempre inventando uma desculpa qualquer e transfere a culpa pro outro. Odeio o fato de você ferir tanta gente e nem se preocupar de passar por cima dessa gente toda. Odeio o fato de você querer pôr na balança uma indiferença minha a todas as coisas que me obrigaste a jogar no vento. E me olhar com essa cara de quem diz "tá vendo, ainda quer que eu fique" que eu até reflito se não interpretei tudo errado. E me dar um abraço que não cabe em mim e que nunca me deixa ir embora, só pra ter esse abraço sempre. Fazer o amor ser tão banal e simplificar tudo quando tudo não é tão simples assim. Odeio o fato de você mesmo sendo extremamente egoísta e olhando restritamente pra si, arranca alguns queridos amigos. O que me provoca tanto ódio é que ainda com esse jeito fúnebre e egocêntrico eu ainda tenho tanta, mas tanta vontade de te dizer "eu posso cuidar de você, mesmo que não queira ou precise". Irrita-me tanto suas aproximações. Irrita tanto que você saiba de tudo e simplesmente ignora. Irrita tanto você golpear tanto meu coração e eu não saber o que fazer quanto a isso. Esperar ou prosseguir? Esperar tudo ter um fim ou esperar um novo começo? Prosseguir com a minha vida ou prosseguir na tentativa de algo que possa tornar-se nosso?" A menina ingênua engole seco mais uma vez todas essas palavras vulcânicas e se cala.
O que realmente aconteceu: Dou meia volta e penso: "Tudo bem. Não tá mais aqui quem falou."
O que eu poderia ter dito:"Sente-se aqui, mocinho. Não, não precisa ser tão perto, que eu sei que você não é desses. Apenas sente, e escute. Eu também me irrito com alguma coisas.
Eu me irrito com o fato de você falar tanta coisa da boca pra fora e depois ainda se arrepender. Odeio o fato de você não se arrepender de nenhuma das coisas que faz, por mais erradas que elas sejam. Odeio o fato de você sempre ter uma desculpa pra tudo o que faz de errado, porque odeio essa gente que não assume que errou por errar e que acaba sempre inventando uma desculpa qualquer e transfere a culpa pro outro. Odeio o fato de você ferir tanta gente e nem se preocupar de passar por cima dessa gente toda. Odeio o fato de você querer pôr na balança uma indiferença minha a todas as coisas que me obrigaste a jogar no vento. E me olhar com essa cara de quem diz "tá vendo, ainda quer que eu fique" que eu até reflito se não interpretei tudo errado. E me dar um abraço que não cabe em mim e que nunca me deixa ir embora, só pra ter esse abraço sempre. Fazer o amor ser tão banal e simplificar tudo quando tudo não é tão simples assim. Odeio o fato de você mesmo sendo extremamente egoísta e olhando restritamente pra si, arranca alguns queridos amigos. O que me provoca tanto ódio é que ainda com esse jeito fúnebre e egocêntrico eu ainda tenho tanta, mas tanta vontade de te dizer "eu posso cuidar de você, mesmo que não queira ou precise". Irrita-me tanto suas aproximações. Irrita tanto que você saiba de tudo e simplesmente ignora. Irrita tanto você golpear tanto meu coração e eu não saber o que fazer quanto a isso. Esperar ou prosseguir? Esperar tudo ter um fim ou esperar um novo começo? Prosseguir com a minha vida ou prosseguir na tentativa de algo que possa tornar-se nosso?" A menina ingênua engole seco mais uma vez todas essas palavras vulcânicas e se cala.
O que realmente aconteceu: Dou meia volta e penso: "Tudo bem. Não tá mais aqui quem falou."
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segunda-feira, 25 de julho de 2011
Lembrança boa

E para aliviar a dor a gente se contenta com a arte. Resolvi desenhar as letras que faço tanto uso para falar de minhas angústias. Passei pela letra do seu nome e pensei em destacá-la com uma cor diferente. Mas o mundo é tão cinza e você também faz parte dele, fazer o quê? O sentimento é quem dá a beleza nessa escuridão toda. Decidi fazer apenas bem bonito, como uma lembrança boa que ficou de tudo que fomos e não persistimos. E prossegui.
O que antes já foi de uma grandiosidade absurda, ocupa um espaço curto de saudade.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Despedida clássica
E neste exato momento eu mordo o cantinho da minha boca, repetindo pra mim mesma "que bom fazer escolhas certas de vez em quando". Não choro. Não sinto pena de mim, nem dele, afinal nem teve história, logo, tempo algum perdido. Apenas cumprindo o ritual de sempre, a despedida clássica que arranca do peito o que não é pra ser, o que não tem futuro e nem fará bem. Porque tudo a cada dia, de pequenas a grandes coisas vão se perdendo de mim. Curta e grossa, é um alívio não prosseguir. Não tenho quem dome meu amor, mas minha angústia já é propriedade daquele de sempre, não tem lugar pra você aqui.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Dos sustos que a vida dá
Olha, de todas essas novidades e surpresas desses últimos dias, esse foi o que provocou reação maior. Sabe desses choques que estremece tudo, mexe com tudo, envolve e questiona todas as interações? Pois é. Esse fluido dos últimos dias me fez fazer perguntas que eu jamais faria. Apesar de tantos tropeços propositais, ainda teimo andar de olhos fechados e mãos dadas com toda essa gente que eu ainda tento me deixar sorrir. E vou indo. Mas esses dias, ando questionando tudo, duvidando de todos e credibilizando poucos. Minha vontade é saber até onde vai o estar aqui por mim e o estar aqui pensando em si. Até onde vai toda essa ternura, essa mão estendida e o ombro arqueado. Como eu queria dar um chega em tudo que acabou de começar, que por enquanto talvez esteja me fazendo bem, mas possa me fazer mal futuramente, ou esteja fazendo mal a outrem. Meu maior medo é contemplar o egoísmo dentro de mim mesma, mesmo sendo bom vezenquando se fazer duvidar do que se ouve e querer ouvir mais. Ler mais. Encantar-se mais com aquilo que já se sabe, mas que às vezes finge esquecer. E outras quando se quer mais daquilo que se sabe, mas eu queria lhe dizer que andava tão bem do jeito que as coisas estavam indo...
Lembras-te das vezes que te enfurecias com meus enganos e ilusões? Eu não quero que faças parte desse negócio. Lembras também de tudo que já disse que odeio dentro desse teu eu? Não quero fazer sociedade também. Não te quero e como um conforto, tu me dizes que não me queres, combinado? Depois de um período de estranheza - originária da natureza humana - a gente se retém e vive a normalidade das coisas de novo, que tal?
Que das dúbias atitudes minhas, entendas como uma carência geral, nada particular, mesmo sabendo que eu vou andar pra trás dizendo não, mas pensando em como tudo seria se eu houvesse dito sim. E não te culpo em nada nesse novelo de confusão. Eu compreendo como ninguém tuas faltas, teus sonhos e tuas precisões, então vamos cessar isso pra ficar tudo bem de novo, nem eu nem você aguentamos mais decepções e desapontamentos. Pense, tudo isso está sendo na base do "E se" - sei porque eu aplico demais essa iniciação. Mas é tudo muito superficial e descobrirás que o que hoje é essencial, amanhã será opcional. E depois que toda a poeira baixar, a novidade se tornar antiguidade, a gente se depara com o nós, um pelo outro, aquela fraternidade, das antigas e verdadeiras, que sempre existiu. De eu segurar na sua mão e dizer que eu tô aqui de novo e a qualquer hora.
Eu sei quando se cria esperanças pela possibilidade de um sangue ser compatível ao seu. Mas esse não é.
Lembras-te das vezes que te enfurecias com meus enganos e ilusões? Eu não quero que faças parte desse negócio. Lembras também de tudo que já disse que odeio dentro desse teu eu? Não quero fazer sociedade também. Não te quero e como um conforto, tu me dizes que não me queres, combinado? Depois de um período de estranheza - originária da natureza humana - a gente se retém e vive a normalidade das coisas de novo, que tal?
Que das dúbias atitudes minhas, entendas como uma carência geral, nada particular, mesmo sabendo que eu vou andar pra trás dizendo não, mas pensando em como tudo seria se eu houvesse dito sim. E não te culpo em nada nesse novelo de confusão. Eu compreendo como ninguém tuas faltas, teus sonhos e tuas precisões, então vamos cessar isso pra ficar tudo bem de novo, nem eu nem você aguentamos mais decepções e desapontamentos. Pense, tudo isso está sendo na base do "E se" - sei porque eu aplico demais essa iniciação. Mas é tudo muito superficial e descobrirás que o que hoje é essencial, amanhã será opcional. E depois que toda a poeira baixar, a novidade se tornar antiguidade, a gente se depara com o nós, um pelo outro, aquela fraternidade, das antigas e verdadeiras, que sempre existiu. De eu segurar na sua mão e dizer que eu tô aqui de novo e a qualquer hora.
Eu sei quando se cria esperanças pela possibilidade de um sangue ser compatível ao seu. Mas esse não é.
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segunda-feira, 13 de junho de 2011
Carência

Eu me apaixonei três vezes essa semana. E dentre as diversas vezes que me pegava perdidamente apaixonada por mais uma coisa pequena e antes desconhecida por mim dentro de você, dessa vez foi diferente. Essa semana eram outros personagens atuando na história onde só existia um mocinho, aquele que de vez em quando parecia mais o vilão.
O primeiro foi no começo da noitinha de sábado. De um tédio agoniante resolvi ir a uma programação teatral e aquele cara com jeito de garoto me chamou atenção. Você sabe que eu adoro isso. Num espaço determinado e quieto ele cantava, ele e mais quatro, o que era meio estranho após descobrir o nome da banda. A banda era boa, o ritmo era bom, propício para o início de uma paixão. Mas como uma acomodação criada dentro de mim, fui embora sem ao menos tentar uma aproximação. De lá para o barzinho, mais um. O engraçado era que ele nem era bonito, mas quem sou eu para bancar de garota que se liga em beleza? Só acho que para uma primeira vista era de se considerar a atração. A voz dele era muito linda, sabe. E eu gostei dele porque ele puxava papo, e eu não me senti no dever de cavar os assuntos apropriados a um semi-encontro. Diferente de quando eu ando na tua presença. Como a voz dele era bacana. E ele conhecia meu pai, e eu queria tanto te apresentar ele porque você sempre se gabava porque de todos os outros que de azar se envolveram comigo, você foi o único que meu pai aprovou. E conhecê-lo era uma interpretação de possíveis avanços, mas isso era mais pensamento de véspera do dia 12 de junho. Aí ele tinha uma namorada. Desencanei, mas assim como o primeiro, durante a noite conseguiu me arrancar um sorriso, sem saber.
O terceiro foi no domingo à tarde, a caminho da casa de uma amiga (nossa eterna companhia para o dia dos namorados solteira), e foi bem mais simples que os dois primeiros. Rosto jovial, com cara de um verão que tá batendo na porta. Ele sorriu pra mim de janela aberta no peugeot sem medo que eu pudesse vê-lo. Enquanto o semáforo era verde pra mim, eu não sabia se arriscava atravessar ou não. E eu achei um doce seu riso porque num mundo tão egoísta é difícil encontrar alguém no trânsito que não esteja de vidros fechados, olhando para o relógio, o horizonte, brigando com o cara do carro ao lado ou qualquer outra coisa corriqueira. E quando atravessei correndo, me fiando na generosidade e paciência dos motoristas para comigo, tomei um susto. O garoto de moicano e óculos da semana passada não era o da vez. E ele era tão atencioso, inteligente e curtido, me lembra alguém que eu conheço. Mas ele se assimilava a todos esses dessa semana. Por mais simples que tudo tenha sido. eu tinha me encantado. Carência dá medo. A gente sai acumulando sorrisos e brilhos nos olhos por onde vai, por quem se encontra por aí. E talvez o dia dos namorados estivesse ajudando. Eu passei o dia inteiro jogando violência no videogame, rindo de idiotices e coisas que evitassem o amor. Que afastasse o pensamento você e seu mundo, só porque dói saber que ele devia ser nosso, mas nossas vidas são diferentes demais para se homogeneizarem. De prontidão não ando entendendo nada.
Percebo que por quantos lugares eu passasse, eu veria você na pupila, no umbigo, no jeito de andar. Eu não tinha carência de amar, amor eu tenho de sobra. Eu tenho carência de você e procuro as melhores coisas nas pessoas e lembro como você é lindo por crescer e continuar um garotinho, de como sua voz é sempre adequada a cada situação e como você dentro de um egoísmo imenso, consegue engrandecer esse coração. E isso te faz tão nobre que deixei de ter medo de amar, de te esperar. Porque não importa a falta, o pedaço, o resto de ti que falta em mim, um dia estaremos prontos.
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Uma nega chamada Tereza
É estranho definir certas emoções, reflexões e vontades repentinas de escrever pensamentos que me invadem a uma da manhã, mas acho mais difícil tentar dormir com isso na cabeça e correr o risco de acordar e esquecê-los. Prefiri vir aqui pra oficializar meu depoimento prévio, um amor escondido e envergonhado que não cabe realizar em tempo real. Acho que mesmo se eu não a conhecesse e a visse na rua, eu abriria um sorriso e iria com sua cara. Porque mesmo com a inviabilidade das coisas, tudo pra ela tem um jeito. E eu gosto de gente assim, que encontra solução pra tudo. Eu gosto dela porque sempre que discutimos ela me vem com um chocolate ou uma desculpa dengosa, e eu, mesmo sabendo que tenho uma parcela de culpa na história, resolvo tomar o papel de vítima e desculpá-la. E isso é mais pra não prolongar discussões do que por egoísmo, acredite.
Acho que mesmo se ela fosse qualquer outra coisa na minha vida, digo, alguém presente como uma tia, uma professora, uma amiga, eu ficaria extremamente feliz e iria gostar dela. Porque alguém que consegue ser uma em muitas e dar mais dessas muitas aos outros do que pra si mesma é uma virtude muito rara. Decepções são inevitáveis, mas nos oferece conclusões exatas da nossa realidade. No final acabo sempre ouvindo "tua amiga sou eu, que vou estar sempre aqui" Ela é mais do que isso. Ela é um presente que Deus resolveu me dar e nem sei o que de tão bom fiz pra recebê-la que ela simplesmente já me esperava antes de eu nascer. E eu peço a Ele todos os dias a lucidez dessa mulher por anos suficientes para que eu possa oferecer metade dos meus bons frutos pra ela, mesmo sabendo que deveria oferecer todos.
Acho que se essa moça fosse minha mãe, simplesmente endoidaria. Iria amá-la de uma forma inexplicável que não caberia em palavras.
Acho que é por isso que eu sou louquinha, doida de pedra, porque ela é realmente minha mãe. E é por isso que talvez eu não seja tão melosa, carinhosa ou algo parecido pra justamente não assustá-la com o amor que sinto. E por sentir um medo inexplicável e maluco todos os dias de perdê-la algum dia. E por estar sentindo lágrimas escorrerem em meu rosto por apesar das discrepâncias da vida, sentir-me parcialmente feliz por ter essa super-mulher pra me salvar das maiores enrrascadas do dia-a-dia.
Parabéns Mamãe, que você viva por muitos e muitos anos e continue sabendo viver e ser feliz apesar dos obstáculos e das rugas (que virão). Em palavras nunca fica tão concreto, mas a minha gratidão é enorme. Obrigada por cada fio de cabelo e, caso um dia eu me torne 50% do que a senhora é, pode gritar aos 4 ventos que és a melhor mãe do mundo. Eu te amo muito.
p.s.: Espero que tenha gostado das blusas "de jovem"
Acho que mesmo se ela fosse qualquer outra coisa na minha vida, digo, alguém presente como uma tia, uma professora, uma amiga, eu ficaria extremamente feliz e iria gostar dela. Porque alguém que consegue ser uma em muitas e dar mais dessas muitas aos outros do que pra si mesma é uma virtude muito rara. Decepções são inevitáveis, mas nos oferece conclusões exatas da nossa realidade. No final acabo sempre ouvindo "tua amiga sou eu, que vou estar sempre aqui" Ela é mais do que isso. Ela é um presente que Deus resolveu me dar e nem sei o que de tão bom fiz pra recebê-la que ela simplesmente já me esperava antes de eu nascer. E eu peço a Ele todos os dias a lucidez dessa mulher por anos suficientes para que eu possa oferecer metade dos meus bons frutos pra ela, mesmo sabendo que deveria oferecer todos.
Acho que se essa moça fosse minha mãe, simplesmente endoidaria. Iria amá-la de uma forma inexplicável que não caberia em palavras.
Acho que é por isso que eu sou louquinha, doida de pedra, porque ela é realmente minha mãe. E é por isso que talvez eu não seja tão melosa, carinhosa ou algo parecido pra justamente não assustá-la com o amor que sinto. E por sentir um medo inexplicável e maluco todos os dias de perdê-la algum dia. E por estar sentindo lágrimas escorrerem em meu rosto por apesar das discrepâncias da vida, sentir-me parcialmente feliz por ter essa super-mulher pra me salvar das maiores enrrascadas do dia-a-dia.
Parabéns Mamãe, que você viva por muitos e muitos anos e continue sabendo viver e ser feliz apesar dos obstáculos e das rugas (que virão). Em palavras nunca fica tão concreto, mas a minha gratidão é enorme. Obrigada por cada fio de cabelo e, caso um dia eu me torne 50% do que a senhora é, pode gritar aos 4 ventos que és a melhor mãe do mundo. Eu te amo muito.
p.s.: Espero que tenha gostado das blusas "de jovem"
domingo, 15 de maio de 2011

Um banheiro. O banheiro do andar de cima, o banheiro do andar de baixo, o banheiro da minha casa. Todos já presenciaram o jorrar de lágrimas. Lágrimas motivadas por sentimentos exacerbados, lágrimas que queriam expelir mais do que lágrimas, um coração do mediastino. Por mentiras, confusões, exageros e supostas perdas. Ou futuras perdas. O que é estranho pois se questiona como não estar acostumado com isso, mas a verdade é que certas coisas a gente nunca se acostuma.
Eu chorei naquele dia por aquela futura perda e arranquei da memória todas as antigas derrotas que sofri. O adeus não dado, a volta não realizada. E gastando todo o papel ali presente me ousei a perguntar. "Por que todo mundo vai embora?"
E como se não bastasse, à noite deitei minha cabeça no travesseiro e chorei mais um rio pedindo numa frequência enorme que aquilo não acontecesse, que aquela perda não se efetivasse, já era doloroso demais certos vazios e aquele seria mais um que não poderia ser ocupado. Graças ou por culpa de minha grande insistência, o esperado não aconteceu. Mas o que eu aprendi com tudo isso foi que dói mais uma perda de alma do que uma perda de corpo, que o importante era a presença abstrata, não um corpo físico. Até porque esse nunca foi dos bons. Quase um antígeno. Penso que se eu quisesse uma presença concreta, me encostaria em qualquer muro dali pra frente.
Dói ver alguém se tornar feio mesmo sendo lindo. E eu me odeio pelo fato de enxergar a tolice das pessoas e achar todo mundo feio, mas eu acho que prefiro não estar nesse meio e acreditar ter gente boa pra entreter meu cansaço de vida quando ao se falar de alma, tenho só zumbis. E se você quer virar um zumbi como todos os outros eu não vou mais te impedir. Eu vou continuar essa luta sozinha porque a partir de hoje eu não imploro mais nada; Alguém ali em cima sabe o que eu preciso sofrer e ganhar pra aprender muitas coisas. O que eu não entendo é como sai tanta coisa bacana da minha boca pros outros e eu não consigo aconselhar a mim mesma. Talvez seja porque eu sempre dei tanto de mim e recebi pouco, que até meu próprio eu se esqueceu de retribuir. Não quero mais saber de palavras, vou me impressionar e impressionar os outros com atitudes.
"Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar" Desorientada e sozinha, não se sabe qual problema desencadeou o outro.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
A menina dos olhos que não brilhavam

Não era o rostinho mais doce, nem mais suave, muito menos o mais bonito. Era um rosto normal. Cabelos normais. Normal por inteira. Vivia uma vida normal e eu também estava normal pensando em coisas relativamente normais quando a avistei. Ela se aproxima e há o olho no olho. Que olhos lindos! Era um azul opaco magnífico. Com aquele brilho de alegria deveria ficar a coisa mais linda. Por falar em brilho, por onde será que andava? Naquela tarde, ela não demonstrava um sorriso para que eu me vislumbrasse também, mas acho que nada se comparava àquele olhar. Olhos tão pequeninos, digo mesmo às pálpebras. Redondinhos, puxavam a ponta quase despercebida aos não admiradores dos mesmos. Passei mais dias em sua presença ensolarada, fazia tempo que não parava e observava tanto. Mas o brilho não surgiu um dia sequer. Mesmo desnecessário, ao acostumar-me com aquele olhar, ele tornou-se essencial para uma beleza íntegra. Aprofundei mais àquele rosto meio conhecido. Tratava-se de alguém que rodeada de uma multidão de pessoas se sentia sozinha; alguém de muitos amigos mas que não encontrava um para dividir a dor junto, mesmo sabendo que aquela dor era só sua. Mas quem terá sido a alma ruim que a baniu do brilho? Ainda não havia achado a resposta para nenhuma das minhas questões. Um dia parei de verdade a observá-la e cheguei a terrível conclusão: se não havia brilho, não havia felicidade. A opacidade se dava através da solidão, pela insatisfação com a vida, decepções e saudades de um tempo que teima em não voltar. Não aguentei. Ousei em perguntar.
- Quem foi que fez isso com você, menina?
- Eu me perdi de mim mesma. Perdi meus sonhos, minhas expectativas, a piada e o amigo. Tudo por um amor! E ele me deixou cega, sem sorrisos permanentes e sem o discernimento do chega ou continua. Eu não conheço mais meu limite e não sei qual dos caminhos a dor está gritando a favor. Estou cansada mas continuo caminhando a um destino que desconheço.
- Diz-me o nome de quem te fez isso e eu vou te trazer teu tão necessário brilho.
- A esperança - disse. Ela me arrancou do meu eu. Não sei retornar de onde vim mas enquanto ela permanecer aqui continuarei.
- Deixa que eu te guio, menina - respondi e ela rebateu feito zumbi.
- Me deixa ficar. Esse é o tipo de carma que eu preciso carregar porque a coisa me prometeu devolver tudo quando eu chegasse onde um outro brilho se fizesse sozinho.
E parti. Faz tempo que não a vejo nem de longe, mas algo me diz que quem fez tudo isso foi outro alguém. Esperança foi a única coisa que lhe restou, afinal ela é sempre a última que morre. A que sempre leva a culpa também, que funciona para, no caso, ela não desistir desse caminho tão cheio de pedras e perdas, pois no fim dele ela conquistará o brilho permanente de seus olhos e tudo o que não caminhava com ela faz já um tempo.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Um projeto um tanto quanto paradoxal

Tenho um plano sem nexo em mãos, mas que não é por isso que não vai ser posto em prática. Querer nem sempre é poder, já dizia minha mãe. Nem precisar. Necessidade é mudar algo que tanto se acha bom porque na verdade te faz muito mal. E a questão é continuar ou desistir. A questão é se dói menos com isso ou sem isso, já que pelos dois caminhos eu sofro. Meu projeto é simples num papel e muito complexo quando posto em ação. Você me vê e não tem noção da batalha na qual ando lutando pra te arrancar de mim, uma batalha em que eu luto em ambos os lados, uma vez que outrora eu luto para uma 3ª qualquer pessoa não te arrancar daqui de dentro. Você não pode ver o que se passa aqui dentro e graças a Deus que eu também não, porque até imagino o estrago. Esse plano de tentar respirar outros ares, andar por outros lugares e ter outros amigos só para tentar outra vida e que nela tu não tenhas tanta influência em tudo e uma trégua de vez em quando por essa saudade desgraçada que me faz andar pra trás justamente por essa necessidade de te ver e de pensar em ti por um segundo sequer. E se alegrar com mínimos olhares, sorrisos e conversas distorcidas que na verdade não significam absolutamente nada. E sofrer mais uma vez por ter certeza de que esse é o caminho certo a fim de parar com o sofrimento por inteiro e saber que ainda tá muito longe de acabar. E assim vivendo nessa batalha contínua que parece não ter fim. Expressar alguma coisa e sentir outra é muito complicado. Eu tiro de letra mas não sei se isso significa algo realmente bom. Escrever tudo o que sinto seria algo realmente desgastante. Eu preciso te ter por algum lugar em alguma hora do dia nem que seja pelo sofrimento ou pelo sonho que depois acordo e tenho uma sensação tão boa como se fosse verdade mesmo tendo certeza de que não é. Eu luto comigo mesma nessa história toda e acho que preferiria que existisse um vilão. Ah como era tão simples aqueles tempos que ignorar resolvia tudo e como eram bons aqueles tempos de que tudo tinha uma solução. Continuar ou desistir? Prefiro pedir socorro.
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