Naquele mesmo dia eu havia sentido falta dele. Não, nos outros dias eu tinha dúvidas, de ser ou não orgulhosa, de ir ou não pedir desculpas, não era nada semelhante a saudade. Mas naquele dia eu pensei que podia ter perdido um amigo, um alguém que podia estar ao meu lado sempre. E esteve.
Talvez eu seja sim orgulhosa e as pessoas não me contem certas coisas por receio dos meus retornos, sustos. Mas como eu queria que elas soubessem que já tô crescidinha e já não me assusto nem me amedronto com coisas que eu achava absurdas há um tempo atrás. O que me alegra é a simplicidade, e a dele foi na hora certa. Porque ele sabe a dimensão exata das coisas, ele sabe não complicar a vida. Ele já é tão crescidinho que não tem mais idade pra sentir orgulho nem "ficar de mal" como eu, madura, ainda teimo em ficar com as pessoas por besteira.
Ele me escutou e quando eu terminei de me explicar, quando pensei que teria que ouvir um sermão daqueles falando o quanto sou "de lua", criança e falsa, ele me abraçou. Me abraçou tão forte que deu pra sentir mais fácil o quanto eu era necessária na vida dele, o quanto eu seria burra deixando ele sair da minha vida tão rápido como os últimos que foram. Porque ele não faz draminha e não ficou parado em casa vendo a vida passar só por estar brigado comigo nem deixa de fazer certas coisas porque eu não gosto, mas tinha naquela cabeça movida a álcool que entre tantos amigos de farra, bebida e sexo que me assustavam eu, na minha ainda grande inocência não era desse grupo mas era a melhor, a melhor amiga dele.
Esse retorno foi tão simples e me fez pensar no quanto a gente complica nossa vida, achando que pequenas coisas podem ter ferido nosso ego. E me vejo complicando a minha vida durante anos e imaginado como as coisas teriam sido diferentes sem esses obstáculos, essas barreiras que eu mesma imponho. E depois de um feriado frustrante e de brigas e bregas, bossas e fossas eu me deparo rindo, tentando viver minha vida pelo menos um pouquinho do jeito dele e escrevendo textos como minha amiga aconselhou: "sem ser pra ele e sem falar dele" mas trocando o sujeito para aquele, que sempre me pôs para cima e fez eu me sentir muito para o ele antigo; meu amigo simples, André.
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