
Acho que esse sempre foi um assunto que sabia que um dia eu ia precisar sentar pra pensar a respeito e talvez esse dia tenha chegado. Tenho tido muita bagunça na minha cabeça esses tempos, e muitos fragmentos justamente sobre isso também. Tudo que é demais enjoa. A gente descobre quando alguém ainda é aquilo que tanto quer mudar quando ela ainda se sente ofendida quando outro alguém dá a entender que ela é isso. Lembre-se que ninguém precisa do reconhecimento de ninguém pra que esteja verdadeiramente mudado. Não é diferente com maturidade. É o ciclo natural do ser humano se desenvolver e evoluir, largar as bonecas, os carrinhos, os desenhos favoritos e certas atitudes. Essas últimas são as piores porque simplesmente se você não souber se livrar delas, as mesmas te acompanharão mesmo na mudança de fase de vida; você pode ter 65 anos de idade, usando muletas e pés-de-galinha e por exemplo querer ter atenção de todos. Não vejo isso como algo negativo, mas infelizmente as pessoas te fazem acreditar que é por tanto te apontarem isso como um erro cometido. Sinceramente não me importo de ter seja qual for característica infantil, o que me aflige é a capacidade que as pessoas têm de tantas vezes julgar o outro mais do que o número de dedos de uma mão. Ou das duas mãos. Talvez até contando com os dedos dos pés. Isso sim se chama infantilidade. Quem fala muito anda precisando. Não me importo de ser infantil num mundo onde todos ao meu redor são, onde a a cada atitude ridícula me desperta uma fúria, um desgosto, até uma tristeza. Talvez eu não esteja falando tudo o que queria, do jeito como eu pensei. Talvez a minha vida não é como eu pensei que seria e isso me dá vontade de me jogar no chão e espernear até a mamãe perguntar o que aconteceu e tentar me ajudar a solucionar. Mas alguns problemas são somente meus e cabe a mim resolvê-los. Talvez eu tenha medo de escuro. Talvez eu tenha medo de que não tenha solução. Talvez eu às vezes desacredite que tenho pessoas de verdade, adultos de verdade ao meu lado e talvez procure ficar sozinha como uma criança. Mas o que eu tento transparecer não é esse lado e sim aquele outro que encara tudo isso e só me identifica como uma dessas pessoas com retalhos (ou retardos) de infantilidade por entrar em pranto quando sinto que tudo anda errado ao mesmo tempo.


