segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Retalhos (ou retardos) de infantilidade



Acho que esse sempre foi um assunto que sabia que um dia eu ia precisar sentar pra pensar a respeito e talvez esse dia tenha chegado. Tenho tido muita bagunça na minha cabeça esses tempos, e muitos fragmentos justamente sobre isso também. Tudo que é demais enjoa. A gente descobre quando alguém ainda é aquilo que tanto quer mudar quando ela ainda se sente ofendida quando outro alguém dá a entender que ela é isso. Lembre-se que ninguém precisa do reconhecimento de ninguém pra que esteja verdadeiramente mudado. Não é diferente com maturidade. É o ciclo natural do ser humano se desenvolver e evoluir, largar as bonecas, os carrinhos, os desenhos favoritos e certas atitudes. Essas últimas são as piores porque simplesmente se você não souber se livrar delas, as mesmas te acompanharão mesmo na mudança de fase de vida; você pode ter 65 anos de idade, usando muletas e pés-de-galinha e por exemplo querer ter atenção de todos. Não vejo isso como algo negativo, mas infelizmente as pessoas te fazem acreditar que é por tanto te apontarem isso como um erro cometido. Sinceramente não me importo de ter seja qual for característica infantil, o que me aflige é a capacidade que as pessoas têm de tantas vezes julgar o outro mais do que o número de dedos de uma mão. Ou das duas mãos. Talvez até contando com os dedos dos pés. Isso sim se chama infantilidade. Quem fala muito anda precisando. Não me importo de ser infantil num mundo onde todos ao meu redor são, onde a a cada atitude ridícula me desperta uma fúria, um desgosto, até uma tristeza. Talvez eu não esteja falando tudo o que queria, do jeito como eu pensei. Talvez a minha vida não é como eu pensei que seria e isso me dá vontade de me jogar no chão e espernear até a mamãe perguntar o que aconteceu e tentar me ajudar a solucionar. Mas alguns problemas são somente meus e cabe a mim resolvê-los. Talvez eu tenha medo de escuro. Talvez eu tenha medo de que não tenha solução. Talvez eu às vezes desacredite que tenho pessoas de verdade, adultos de verdade ao meu lado e talvez procure ficar sozinha como uma criança. Mas o que eu tento transparecer não é esse lado e sim aquele outro que encara tudo isso e só me identifica como uma dessas pessoas com retalhos (ou retardos) de infantilidade por entrar em pranto quando sinto que tudo anda errado ao mesmo tempo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

De volta ao ponto


Há um bom tempo venho pensando que tenho pena das crianças. Por enquanto elas vivem bem, sem preocupação alguma, lê-se: sem dor alguma. E com o tempo elas vão criando isso dentro de si, seja por problemas familiares, pessoais, ou até mesmo com uma vida digna de ser chamada de perfeita, elas não dão valor e quando se deparam perdem tudo, percebem que poderiam ter agido diferente mas agora é tarde demais pra voltar atrás.
Mas volto com meus pensamentos mais recentes e tiro a conclusão de que não há culpado nesse mundo, ele gira em a uma frequência e ângulo pelas circunstâncias e não há nada que possamos fazer quanto a isso. Bem...
Você tem duas alternativas.
Você pode pular todas as barreiras que aparecerem no caminho e tomar isto como um propósito de aprendizado e esperar. Nada melhor do que o tempo para lhe ensinar o que você não aprendeu nas aulas de matemática: um ponto em movimento vai girar na circunferência, seja pra qual sentido for, mas vai passar de novo de onde partiu. E aí é sua segunda chance, terceira, quarta, qual seja, porque o ponto não vai parar ali e se não percebeu, este ponto é você. Passarás por tantos caminhos, mas somente alguns vão cravar na tua memória que esquecerás o 1º número do teu 1º celular mas lembrarás deles, e são esses pelos quais vais lutar pra retornar ao ponto de partida, inicial, seja o que for que denomine o antesdefoderminhavida.
E você pode também ficar sentado, jurando que sem qualquer força de vontade sua a circunferência vai girar pelo sentido contrário, o sol vai se direcionar a você e abrir um grande arco-íris depois de tanta chuva, achando que seus problemas são decorrentes de um carma destinado a você desde criança.

Eu não tenho certeza de nada. Só penso que, se ficar parada, o ponto não vai a lugar algum.



p.s.: me desculpem o palavrão

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aversão


Retornar agora, quase impossível. Um sentimento de enjôo, rejeição, algo similar ao que meu amigo disse e gargalhamos como se nada doesse. O que os outros não compreendem é o quão difícil são as iniciativas terem de ser só minhas dessa vez por agora não existir nenhum vestígio de sentimento a não ser meu; a dificuldade de chegar ao maior estágio de humildade e ignorar quaisquer pensamentos grotescos e maldosos sobre mim; que tudo isso é muito mais difícil do que se pensa. Só há uma chance de ignorar tudo isso e mover um palito: ter consciência de que sem ele, não dá mais.
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E o que vem acontecendo é a mais pura prova de que sonhos são bons, mas devem ser realizados. E você não precisa sonhar a maior parte do tempo e sim contar com a ajuda de alguém que você sabe quando não puder mais continuar, Ele continua por você. Sonhos são projetos de realidade e cada passo que for dado será um avanço. E viva a força do pensamento.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

-1 +1


Depois de voltar de um final de semana acompanhado de um feriado em plena segunda feira cheia de lições, é possível considerar que aprendi muitas coisas por lá e trouxe tudo o que eu aprendi na bagagem. Ando mais madura por não mudar meu tratamento com as pessoas por mais coices que elas me dêem e não me abater por qualquer besteira. Além de uns porcentos de maturidade, também acho que trouxe na mala do retiro um pouco mais de fraternidade, simplicidade, alguma palavra que designe se permitir dividir as coisas com os outros. Solidariedade eu acho que convém. Solidária por apesar de esperar que aquele primo te considere como a melhor amiga dele - e você sabendo que sim, de fato você é a melhor amiga dele - você não simula uma briguinha por isso já que sabe que ele só considera aquela, porque aquela da qual eu me refiro não pode ser sua namorada, já que outra ocupa a função. Solidária por ter que dividir o melhor amigo com a namorada e respirar por 10 segundos pra não sentir ciúme, ou tanto quanto o suportável já que ela é sua amiga. Trouxe também um poder indefinível de ver o verdadeiro das pessoas, sentir quando elas estão mentindo e também quando estão sendo sinceras. O que me esqueci foi de antes de fechar a mala, tirar todos os sentimentos que tinha levado e que anulam todas essas coisas das quais falei que trouxe. Porque apesar dessa maturidade, dessa fraternidade, leio o que aquela outra escritora diz sobre ele e sinto uma dor imensa de conhecimento de que há uma grande probabilidade de que ele + ela se completem, penso, digo e repito alto "esse eu não divido" mesmo não tendo posse nem de uma partezinha sequer dele. E entre essas coisas anulando umas as outras eu me encontro anulada também, estagnada, na mesma. Sendo e não sendo solidária, sendo e não sendo madura, e ainda vivendo um escapismo nada literário e sim super real. Antes fosse literário, mas acho que não teria tanta vontade pra escrever. Anulada, já sei porque minha mala voltou mais pesada do que na ida.