domingo, 11 de julho de 2010

Medalha para nós



Andei dando uma olhada em meu quarto. Zona. Entre um bando de bagulhos espalhados pelo chão, pela cama, em cima da tv, me deparo com aquela coisa antiga pendurada onde antes ficava o espelho.
Uma medalha. Não era uma medalha qualquer, era a medalha.
Na verdade não era a medalha, era mais do que isso que eu quis frisar, era aquela medalha.
Toquei nela. Gelada, fria, que nem quem a tinha conseguido.
Lembro-me bem daquele dia. Atrasada como sempre, procurei sentar de um jeito que parecesse que estava na arquibancada já fazia um tempo, e de que tinha visto pelo menos os 5 minutos finais do jogo.
2º lugar. Então você veio, suado e cansado, com ela no pescoço. Tirou e colocou no meu. "Toma, é pra ti." Quase morri. Descemos aquela escada estreita, você estava pálido, tinha passado mal e eu ia com o maior cuidado do mundo ao seu lado, procurando logo um lugar para sentarmos. Entre alguns flashes que nossa amiga tirava do outro lado do ginásio, eu cuidava de você, preocupada e dizendo que só íamos levantar dali quando seu pai chegasse. E eu te achava lindo, mesmo assim. Mesmo suado. Desde ali e muito antes eu sabia que era amor.
Voltando à história, eu a ganhei, mas por méritos seus. Medalha pra você. Por ser o cara mais frio, mais mentiroso, mais safado e nem-aí-pro-que-você-sente do mundo. Nessa competição era certo 1º lugar. Nota 10, espetacular. Uma grande farsa, na qual a boba aqui caiu. Vale ressaltar a falsidade, o egoísmo, a cara de pau, e muitos outros quesitos que foram essenciais para tê-la ganho.
[...]
Depois daquela viagem que eu fiz e que esperei 1 mês inteiro de muito esforço, voltei com uma vitória e uma bagagem cheia de coisas novas; amizades novas e antigas reforçadas, paqueras, risadas, histórias, um novo gosto musical e uma medalha. Sim, uma medalha. Não era aquela antiga, nem a medalha, mas era uma medalha que representava muita coisa, digna, simples mas que sei que custou cada suor e dor muscular nos finais de semana. Depois de praticamente 1 dia de viagem cheguei em casa, arrumei as coisas e a peguei. A minha medalha de verdade, a que eu conquistei com o meu esforço, a minha determinação. Imaginei o canto em que a colocaria, de preferência um lugar onde a qualquer momento do dia eu pudesse avistá-la e exaltar aquele prêmio que merecidamente foi meu, do grupo inteiro. E logo escolhi o antigo lugar do espelho, em cima daquela antiga que tu colocaste em meu pescoço. Medalha pra mim.
Por ser a garota que, mesmo gostando de um babaca, que só pensa em si mesmo, frio e egoísta, vive, luta pelos seus objetivos, e ri, mesmo tendo bons e sensatos motivos para chorar. 1º lugar.

And the award for the best liar goes to you
For making me believe that you could be
Faithful to me
Let's hear your speech out
How about a round of applause
A standing ovation

sexta-feira, 9 de julho de 2010

No, no drama, no, no, no, no drama

“Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”


Meu bem, olhe ao seu redor; o que te deixa tão infeliz? essa insatisfação familiar, essa não-correspondência dele? Tudo o que me afeta também, e olhe para mim, estou tão mal assim? Pareço querer dar um fim em tudo? Não, minha querida, eu quero mais é que isso continue, persista para eu mesma testar meus limites, minhas fraquezas.
Você mesma me disse uma vez "é na escuridão que se pode ver as estrelas" e por debaixo de toda essa nuvem cinzenta que enfeia nosso céu há tanta estrela brilhando.. Quando você olha para cima, repara primeiro no feio ou no bonito? Por debaixo de tudo isso ainda, há aquEle que cuida de ti, deixa ele continuar exercendo esse papel e se deixe viver, esse foi o melhor presente que já puderam te dar: a vida. Esquece esses problemas, vem aqui que eu vou cuidar das tuas feridas. Mais tarde vamos ter boas experiências e histórias para contar.

"Não te castiga assim, está tudo em paz. Nunca houve cães. É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo."


Amo você.
Para minha amiga que não sabe o quão forte pode ser, Yana Martins.

domingo, 4 de julho de 2010

Sótão, tão só

Amigo,estou aqui
Seus problemas são
Meus também
E isso eu faço por você e
Mais ninguém
O que eu quero é ver o seu
Bem
Amigo,estou aqui
é amigo,estou aqui
Os outros podem ser até bem
Melhores do que eu
Bons brinquedos são
Porém,amigo seu é coisa séria
Pois é opção do coração,viu
O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
As três palavras que proferi
Amigo,estou aqui
Não se esqueça que ouviu de mim




Ontem eu chorei vendo aquele filme de brinquedos. Por mais que fossem apenas objetos inanimados se aventurando e ajudando um ao outro, eu lembrei de flashes do meu passado naquela prosopopéia infantil. Ultimamente eu ando muito nostálgica e ter ido ao cinema só foi um impulso pra encher meus olhos de lágrimas. Eu tinha um velho amigo ao lado - ele e mais aqueles novos amigos que eu tinha feito do ano passado pra cá. Costumo dividir minha vida em - agosto de 2009 até os dias atuais = presente, 2008 pra trás = passado, futuro uma incógnita como sempre. Tenho olhado muito pra trás e pensado em quantas pessoas já passaram pela minha vida, quantas eu trago até hoje, quantas eu deixei pelo caminho. E isso me dói tanto..me faz sentir falta de uma parte de mim, saudade de mim mesma, um alguém que fui com outro alguém e quando este outro foi embora levou junto. E pensar que fui embora tão calma naquele novembro, como se eu estivesse convicta que os veria de novo. Muitos dali nunca mais vi nem passando longe. Aí eu faço uma metáfora com o ônibus: alguns passageiros a gente tem que deixar ir, outros ficam conosco até o fim, alguns nós esticamos viagem o quanto podemos. Às vezes nós mesmos temos que nos despedir pra seguir viagem. "Estamos indo de volta pra casa." tudo passa. As eras terminam. Dinheiro acaba, biscoito acaba e amizades, assim como a água que é algo que precisamos mas que não é infinita, acabam . E eu quero aproveitar agora o máximo com quem estou neste exato momento. Porque me vejo tão presa no passado e esquecido do presente, quem daqui a pouco esse presente vira passado e eu acabo não aproveitando. Ficando presa nele de novo. Com saudade dele de novo. E vive versa. Acho que não sou perdidamente apaixonada por ele, sou morta de amores pela sincronia perfeita que tinha o conjunto ele + tudo que eu amava e tinha pra mim. Tô afim de curtir, de rir, de ir ali na esquina pra pegar um cd, de passear com o cachorro, de dar uma parada pra conversar com aquela prima que agora tá distante, mas que também fez parte daquele passado que não quer passar, de não esconder mais meu ciúme doentio, de me encontrar de novo. Quero mais a mim, tô afim de mim, de me sentir plena. Respirar Larissa e não sentir nenhum cheiro desconhecido. Aos amigos que ficaram, vocês são a jóia mais preciosa da minha vida. Porque é com vocês que eu quero viver por longos e longos anos. E aos que estão distantes, me esperem, eu tenho feito o possível e o impossível pra resgatar o que foi lançado ao mar: porque mais que seja difícil de resgatar, não é impossível.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Eu te amei o quanto pude, mesmo sem você sentir. Te amo até hoje, com cada partícula do meu corpo. Mas isso vai mudar, isso já tá na prorrogação e eu sei que quem vai sair perdendo sou eu, aliás tô perdendo faz quase 1 ano. Só mais uma pergunta: como alguém não se sente amado tendo tanto amor para ele na sua frente? Ah meu amor, estou indo embora com as facas nos punhos, a corda no pescoço e uma culpa que inventei só pra te fazer inocente dessa história mais uma vez. Adeus e te amo, talvez seja a última vez que te diga isso...e sem você sentir ou ao menos saber."